Após reclamações de mães, secretários municipais prestam esclarecimentos sobre serviços voltados para autistas na Câmara de Tatuí
29/04/2025
(Foto: Reprodução) Secretários municipais responderam aos vereadores sobre os serviços oferecidos às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em sessão realizada na sexta-feira (25). Atendimento para pessoas autistas é tema de discussão na Câmara de Tatuí
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Secretários municipais estiveram presentes na Câmara de Tatuí (SP) para prestar esclarecimentos sobre os serviços oferecidos à comunidade, especialmente os voltados para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A sessão contou também com a presença de pais e responsáveis, que acompanharam as discussões e tiraram dúvidas sobre o atendimento disponibilizado no município.
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A atitude foi tomada depois que um grupo com mais de 200 mães fez reclamações sobre a falta de apoio por parte do poder público, mesmo em casos com decisões da Justiça, que não estavam sendo cumpridas havia meses (e, em alguns casos, até anos).
Na tarde de sexta-feira (25), os secretários da Saúde, da Educação e dos Direitos Humanos foram convocados para prestar esclarecimentos sobre o assunto na Câmara. Os vereadores fizeram as perguntas e cada um dos secretários teve aproximadamente 10 minutos para responder.
"O papel da Câmara, a partir da sessão de hoje, é monitorar as ações daquilo que foi ouvido, mencionado e exposto como planejamento", afirmou o presidente da Câmara, Renan Cortez (MDB).
Educação inclusiva
As situações vivenciadas pelas famílias de Tatuí vão desde falta de auxiliares de educação nas escolas até falta de remédios de uso contínuo, além da demora para conseguir consultas com especialistas.
"Desde o ano passado, eu não consegui cuidadora e, como vêm aumentando as crises dele, o que eu tenho que fazer enquanto não tenho a cuidadora? Tenho que ficar na frente da escola, sentada, das 13h até 17h20", afirmou Sônia Regina da Costa Oliveira, avó de um menino de seis anos com autismo.
Sônia Regina da Costa Oliveira aguarda o neto autista todos os dias do lado de fora da escola com medo de dar uma crise nele
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Durante fala na sessão da Câmara, Rosângela Aparecida, secretária de Educação de Tatuí, afirmou que, atualmente, são quase 170 crianças atendidas no município, com 109 estagiários, que são cuidadores, e 30 monitores, que trabalham na educação infantil.
"Hoje, o município atende de maneira um para um. Todos os pais que solicitam acabam ficando um estagiário para uma criança", disse.
Fornecimento de medicamentos
Já Fábio Pereira de Almeida, secretário de Saúde, reforçou que o fornecimento de medicamentos, de maneira geral, possui algumas fragilidades no processo e que a pasta administrativa está fazendo correções.
"Isso vai otimizar para nós, junto à Secretaria de Saúde. Então, iniciaremos um processo readequado, na verdade, porque o que está em compra já está seguindo. Em breve, nós teremos entregas. Acreditamos, porque a gente não pode ter uma certeza evidente, que nos próximos 30 dias teremos uma boa leva de medicamentos sendo recebidos", afirmou.
Grupo com mais de 200 mães reclama de falta de remédios e tratamentos para filhos autistas em Tatuí (SP)
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Melissa Paloma dos Santos, coordenadora do grupo TEAcolhendo, esteve presente durante a sessão extraordinária, representando outras 200 famílias que estão na mesma situação.
"As terapias estão sendo cortadas no meio e, depois, falam para a gente voltar para o final da fila. Agora mesmo, eles apresentaram que vão mudar esses protocolos para seguir da forma correta que deveria ser. Faz um ano e meio que ele estava sem esse psiquiatra, aí agora ele conseguiu um agendamento para dia 6 de maio", afirma.
"E terapia ocupacional também. Ele teve uma despensa sem terminar a terapia do jeito correto e, agora, ela também está vendo essa parte da terapia ocupacional, que já faz oito meses que estava sem", continua a mãe.
Melissa Paloma dos Santos, coordenadora do grupo TEAcolhendo, esteve presente durante a sessão extraordinária
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O prefeito de Tatuí participou da entrevista de 100 dias de governo no TN1, na sexta-feira, e disse que vai mudar a forma de contratação dos profissionais para não faltar atendimento a esse público.
"Eu fiz aqui um concurso, três concursos seguidos para médico neuropediatra e neuropsiquiatra. Deu 'deserto', não veio ninguém. Então, a gente tem que driblar muitas vezes o sistema para conseguir contratar esse profissional. Não é falta de vontade, não é que a gente não quer fazer, não é nada disso. A gente acaba se limitando com esse grande número que hoje tem de crianças que são laudadas no autismo", afirmou Professor Miguel (PSD).
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