Deolane Bezerra diz que comprou Lamborghini em 4 parcelas, nega venda de veículo e ressalta que sabia de operação que a prendeu
10/01/2025
Advogada e influencer foi presa no dia 4 de setembro do ano passado no Recife. Juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decidiu nesta quinta-feira (9) arquivar a parte do inquérito da Operação Integration que apurava o envolvimento do cantor e empresário Gusttavo Lima. Deolane Bezerra faz live para explicar prisão
Reprodução
A advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra falou nesta sexta-feira (10), durante uma live nas redes sociais, sobre sua prisão em setembro do ano passado em uma operação contra uma quadrilha suspeita de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.
Durante quase uma hora, a advogada disse que seu processo ainda não foi arquivado, mas se defendeu das acusações, mostrou documentos de comprovantes de pagamento, de impostos de renda declarados e indagou o porquê de só ela estar sendo investigada.
"Não arquivou para Deolane, para mãe da Deolane. Ainda estamos nessa luta tremenda. Mas eu confesso que acredito no Judiciário, mais ainda em Deus porque ele nunca soltou minha mão. Não é a primeira vez que sou ridicularizada em público. Foram 20 dias muito difíceis. Pior momento quando vi que não voltaria pra perto da minha mãe. Ser ex-presidiária dói ainda mais se foi por injustiça", afirmou no começo da live.
Deolane ressaltou que o Lamborghini Urus, carro de luxo que foi pivô da prisão, não foi pago em dinheiro em espécie, e sim em quatro parcelas. Na live, ela mostrou os comprovantes.
"A Deolane foi presa porque ela comprou um carro, Lamborghini Urus. Eu adquiri um veículo de alto valor, mas não vendi. Em setembro eu juntei petição informando que o veículo estava à disposição da Justiça e não teve decisão sobre isso. Em 29 de novembro eu reiterei que o carro se encontra à disposição. Só ir ao Detran que o carro está no meu nome e está na minha casa. Eu não paguei em espécie. Foram divididos em quatro parcelas", afirmou.
E ressaltou: "Como não posso comprar um carro de R$ 3 milhões se eu declarei R$ 33 milhões só em uma das empresas".
Carro modelo Lamborghini Urus S de 2023 foi comprado por Deolane em 2023 por mais de R$ 3 milhões
Reprodução/Instagram
Conforme Deolane, horas antes da polícia a prender, ela foi informada sobre a operação.
"Chegou informação para mim que teria operação, 0h23. 'Deolane vai ter operação, se esconde'. Invadiram minha casa 4h, me prenderam na frente da minha filha. Prisão preventiva. O que acontece que só a Deolane foi presa? Eu achei que ia chegar na delegacia e ia ter fila de influenciadores", disse.
"Eu tenho que provar que não fiz nada. Toda hora tenho que provar que não fiz nada. Tudo declarado, tudo feito. Só ano passado paguei quase R$ 10 milhões de impostos. Eles bloquearam todas as minhas contas, perdi todas as publicidades. Sai sem um real. Sai com a conta física e jurídica bloqueada. Foi pra luta e fui pra empresa trabalhar, e desde então venho sobrevivendo disso. Queria saber o motivo de tanta perseguição, motivo de ser somente a Deolane. Toda vez só a Deolane. Com 85% da internet fazendo as mesmas coisas e e só a Deolane. Agora meus filhos têm que ler que a mãe é ex-presidiária".
A advogada ainda afirmou que muitos questionam o porquê de sua mãe ter sido presa. Segundo Deolane, a prisão de Solage foi devido a uma conta de um de seus filhos.
"Minha mãe foi presa porque o Caíque jogava no CFP dela. Ele estava viciado numa roleta. As entradas e saídas é ganhando e perdendo. Eu mostrei todos os relatórios de jogos. Ele era menor de idade na época", disse.
A influenciadora finalizou a live ressaltando que a vida mudou após a prisão. Afirmou que não consegue nem mais contratar nem uma "banda de forró" porque ninguém quer ter o nome associado a ela.
"Quatro meses que minha vida está parada. Agora meus filhos têm que ler que a mãe é ex-presidiária".
Operação Integration
Deolane Bezerra deixando Fórum no Recife após assinar termo de soltura
Genival Paparazzi/AgNews / AgNews
A prisão de Deolane aconteceu em um hotel no bairro de São José, na região central do Recife. As investigações da operação "Integration" foram iniciadas em abril de 2023, e esta é a terceira fase da operação, de acordo com a Polícia Civil.
Ao todo, na operação "Integration", foram expedidos 19 mandados de prisão. Também foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia. Um mandado foi cumprido em Minas Gerais, onde um avião que saiu de São Paulo pousou.
Veja a cronologia:
A Operação Integration foi deflagrada em 4 de setembro, com o cumprimento de mandados de prisão, incluindo os da influenciadora digital Deolane Bezerra e da mãe dela, Solange Bezerra, e de busca e apreensão em Pernambuco e nos estados da Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás (veja vídeo acima).
No mesmo dia, um avião que pertenceu ao cantor Gusttavo Lima foi apreendido no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista.
O artista estava na Grécia, para onde havia viajado em 1º de setembro, na companhia de José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, casal de empresários donos da Vai de Bet, também investigado na mesma operação.
Em 15 de setembro, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em 23 de setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e do empresário Bóris Maciel Padilha.
Horas antes, entretanto, Gusttavo Lima havia deixado o Brasil em voo privado que saiu de madrugada do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Miami, na Flórida (Estados Unidos).
No dia 24 de setembro, a ordem de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi revogada pelo relator do caso, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do TJPE.
O magistrado alegou que as justificativas dadas pela juíza para a ordem de prisão constituíam "meras ilações impróprias e considerações genéricas".
Em 18 de novembro, o MP pediu arquivamento de investigação sobre o avião de Gusttavo Lima e recomendou que denúncias sobre lavagem de dinheiro sigam para a Paraíba.
No dia seguinte, o TJPE determinou um prazo de cinco dias para que o MPPE oferecesse denúncia, arquivasse o caso ou pedisse novas diligências na Operação Integration.
Em 25 de novembro, o MP pediu arquivamento da parte da investigação que apura a venda do avião de Gusttavo Lima e os empresários da Paraíba;
Em 13 de dezembro a Procuradoria-Geral de Justiça reforçou o pedido de arquivamento elaborado pelo MPPE.
Em 9 de janeiro, juíza arquiva investigação contra Gusttavo Lima e 'Vai de Bet' por lavagem de dinheiro
Deolane Bezerra foi uma das pessoas presas na operação Integration, que investiga organização criminosa que atua com lavagem de dinheiro de jogos ilegais