Preso por crimes sexuais contra pacientes em SP, médico é acusado de estupro pela esposa em saída temporária de Natal

  • 22/01/2025
(Foto: Reprodução)
VItima relata que abusos começaram durante visitas em presídio. Justiça determinou que ele retorne ao regime fechado; defesa foi procurada, mas não se manifestou. Médico admite em depoimento à Justiça que ‘estimulou clitóris’ de pacientes O médico nutrólogo Abib Maldaun Neto, preso por violência sexual mediante fraude contra ex-pacientes em seu consultório entre 1997 e 2020 em São Paulo, responde a um novo inquérito policial após ser acusado pela esposa por estupro e violência psicológica durante a saída temporária de Natal de 2024. No boletim registrado em 7 de janeiro, a vítima relata que os abusos do marido começaram quando ela o visitava na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior paulista, onde o médico cumpre pena de 24 anos de prisão. A defesa de Maldaum Neto foi procurada, mas não se manifestou sobre as novas denúncias até a última atualização desta reportagem. Abusos no presídio e na saidinha temporária Segundo relatos da esposa à Polícia Civil, os abusos sexuais e psicológicos começaram durante as visitas dela ao presídio, quando seria obrigada a realizar visitas íntimas e ter relações sexuais. Entre o Natal e o Ano Novo, Abib Maldaun Neto foi autorizado a sair para a chamada saidinha temporária de Natal. Ele havia progredido para o semiaberto no começo de dezembro e preenchia os requisitos para o benefício. Ainda de acordo com a queixa prestada pela esposa na delegacia, a violência se intensificou porque o médico a obrigava a ter relações sexuais contra a vontade dela diariamente e a humilhava constantemente no período em que esteve em casa. No boletim de ocorrência registrado na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), foram citados outros episódios de violência doméstica e psicológica contra ela e as filhas do casal, gêmeas de 5 anos. A esposa requisitou medida protetiva contra o médico. Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-SP) informou que o caso foi encaminhado à 3ª Delegacia de Defesa da Mulher, responsável pela área, onde foi instaurado um inquérito policial. A SSP disse ainda que a vítima foi ouvida e que o pedido de medida protetiva foi requisitado à Justiça. "Exames periciais foram requisitados e estão em elaboração, além de outras diligências que estão em andamento para esclarecer os fatos", completou a secretaria. Regime fechado Ao tomar conhecimento sobre os novos fatos, a Justiça determinou em 16 de janeiro que o médico retornasse ao regime fechado de forma temporária por suspeita de "falta disciplinar de natureza grave consistente em prática de novo delito na saída temporária de 23/12/2024 a 3/1/2025". Em 18 de janeiro, o médico foi levado ao Hospital Regional de Taubaté com um ferimento na barriga. De acordo com um relatório da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SAP), ele afirmou que havia tentado tirar a própria vida com um objeto cortante. A SAP foi procurada pela GloboNews e confirmou que a unidade prisional apura as circunstâncias do ocorrido. O médico continua internado. Condenação a 24 anos de prisão Em 2023, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aumentou para 24 anos, 2 meses e 20 dias a pena de prisão em regime fechado ao médico. Ele responde por violação sexual mediante fraude cometida contra ex-pacientes e uma ex-funcionária entre 1997 e 2020. Os primeiros casos vieram a público após ex-pacientes procurarem o advogado Fernando Castelo Branco, que encaminhou as denúncias ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina. Em um dos casos, o crime foi praticado 15 vezes, segundo a decisão. Em depoimento dado à Justiça, Abib Maudaun Neto admitiu que estimulou o clitóris de pacientes durante exames clínicos em seu consultório na capital paulista. Ele classificou o procedimento como "de rotina" para verificar efeitos colaterais pelo uso de hormônios. A GloboNews teve acesso ao conteúdo com exclusividade. O médico havia sido condenado em primeira instância a 18 anos, seis meses e 13 anos de prisão. Mas, após recurso do Ministério Público, a 14ª Câmara Criminal do TJ-SP decidiu por unanimidade manter a decisão e aumentar a pena em seis anos, além de fixar o pagamento de multa no valor de R$ 100 mil para cada vítima. Pacientes denunciam abuso; médico alega 'exame de rotina' A maior parte das vítimas só falou sobre o assunto após assistirem a uma reportagem feita pela GloboNews e o Fantástico (veja vídeo abaixo) a respeito das denúncias. Mais de 20 pacientes denunciam médico renomado de SP por abuso sexual durante consulta As pacientes contaram que procuraram o tratamento na clínica localizada no bairro dos Jardins, área nobre de São Paulo, indicadas por familiares, amigos ou colegas de trabalho. As consultas eram longas, segundo os relatos, e frequentemente o médico perguntava sobre a vida sexual delas. Em alguns casos, o exame que incluía o toque na vulva foi feito após o nutrólogo ser informado de que elas estavam com candidíase ou que teriam feito uma cauterização. No depoimento, com duração de cerca de 1 hora e meia, Maldaun Neto revela que era procurado para tratamentos que prevenissem o envelhecimento celular com o uso de antioxidantes e estimulassem o emagrecimento com medicamentos que promoviam "ativação metabólica maior". Em alguns casos, segundo o médico, os efeitos colaterais exigiam que introduzisse os dedos na vulva de algumas pacientes "para ver se tinha lubrificação" e avaliar "ereção clitoriana indesejável". As queixas de efeitos colaterais não foram relatadas por nenhuma das vítimas durante processo. E o procedimento não está previsto na especialidade de nutrologia, segundo o secretário-geral da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), José Ernesto dos Santos. Médico nutrólogo Abib Maldaun Neto, acusado por ex-pacientes de abusos sexuais, foi flagrado indo ao banco Divulgação Abib Maldaun Neto nega, em diversas vezes no depoimento, que teve curiosidades ou prazeres sexuais nos exames. E que sempre teve autorização das pacientes. O médico também reiterou que sempre esteve acompanhado de enfermeiras. Essa versão é negada por todas as vítimas e testemunhas de acusação ouvidas no processo. Segundo elas, no momento em que o médico pedia que tirassem a roupa ou abaixassem a calça e ficassem sem calcinha, não havia nenhum outro funcionário na sala. Licença profissional Em abril deste 2021, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) cassou de forma definitiva o registro do médico nutrólogo Abib Maldaun Neto. A decisão foi referendada pelo Conselho Federal do Medicina (CFM).

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/01/22/preso-por-crimes-sexuais-contra-pacientes-em-sp-medico-e-acusado-de-estupro-pela-esposa-em-saida-temporaria-de-natal.ghtml


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